La Sylphide

Photo: Martin Mydtskov Rønne
A história se passa numa fazenda na Escócia, onde James, noivo de Effie, vivia. Dias antes do casamento, James adormeceu numa cadeira de balanço e sonhou com a Sylphide, uma jovem desconhecida que usava uma roupa branca, longa e transparente. Na verdade, James não estava sonhando, e a Sylphide era um ser alado que mora nas florestas. O rapaz ficou tão impressionado com a beleza da moça que sentiu seu amor dividir-se entre ela e a noiva. Gurn, um rapaz que também estava interessado em Effie, estranhou o modo como James andava se comportando e foi à sua casa, à noite, para ver o que poderia estar acontecendo. Chegando lá, ele descobriu que a Sylphide andava fazendo visitas ao amigo, e correu para contar tudo a Effie, que, por sua vez, não acreditou em nada.

Chega, então, o dia do casamento. Durante a festa, apareceu Madge, uma feiticeira disfarçada de velha, que pediu para ler a mão de Effie. Ela viu em suas mãos um casamento, mas não com James. Por tamanha audácia, a feiticeira foi expulsa da festa. Na hora da cerimônia, quando os noivos estavam trocando das alianças, a Sylphide apareceu chamando por James, dizendo que se ele se casasse ela morreria. Da mesma forma misteriosa que apareceu, ela desapareceu de novo. James não resistiu e foi em busca de seu amor na floresta, para onde Madge, sedenta de vingança, havia ido depois de ser expulsa da festa. Lá, ele encontrou a Sylphide em uma clareira, e os dois se abraçaram e dançaram durante um longo tempo. Foi quando Madge apareceu e ofereceu a James um xale mágico, para transformar a Sylphide em uma mortal, de forma que ela poderia se casar e viver com ele. Mas os amantes nem sequer desconfiavam que as intenções de Madge não eram de ajudar o casal. Na hora que James colocou o xale nos ombros de sua amada, suas asas, símbolo de sua imortalidade, foram cortadas e ela morreu em seus braços.

Para completar sua vingança, Madge fez com que James escutasse as badaladas dos sinos que celebravam o casamento de Effie e Gurn.

La Sylphide foi uma obra que inovou a dança na Europa Ocidental. Na época do florescimento do romantismo, a sociedade européia esperava por uma obra que demonstrasse todo o clima desse tempo, e que inovasse esteticamente, não repetindo a história camponesa e realista de La Fille.

A roupa desenhada para a Sylphide é o maior exemplo disso: branca, longa e transparente, dava um aspecto irreal à personagem. Foi também uma das maiores revoluções teatrais de nossa era, pois era uma roupa simbólica e que nem sequer parecia com as usadas no dia a dia. O clima etéreo e a ilusão são marcas dessas inovações. Mas a maior novidade foi a construção do ballet inteiro usando sapatilhas de ponta. Temos registros de danças nas pontas dos pés anteriores à estréia de La Sylphide, mas esse foi a primeira peça cuja coreografia original previa o uso de sapatilhas de ponta do início ao final. Essa inovação gerou inúmeras mudanças na dança clássica, inclusive a recolocação do homem nas coreografias, passando a exercer mais o papel de partner do que de bailarino. Os pas-de-deux se tornaram mais sensuais, pois o homem, para dar mais suporte à bailarina, precisa tocá-la com mais freqüência e escorá-la com o próprio corpo. Dois anos depois da estréia de La Sylphide na França, o ballet foi remontado na Dinamarca com nova música e nova coreografia, de Herman Severin Lvenskjold e Auguste Bournonville, respectivamente.

Essa é a versão conhecida atualmente, pois da versão de Taglioni só resta o libreto, que foi a única ferramenta utilizada na segunda versão. Foi o libreto que, inclusive, inspirou Bournonville a construir o ballet. Em 1971, o professor Pierre Lacote, após anos de pesquisas baseadas nas descrições e anotações da época, recompôs o ballet de Taglioni. Essa versão é a mais conhecida e dançada por companhias brasileiras.

LA SYLPHIDE

Música: Jean Schneitzhoeffer
Coreografia: Filippo Taglioni
Estréia Mundial: 1832, em Paris.
 

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Dicas úteis para bailarinos; Entrevistas; Divulgação de audições/eventos - principalmente os realizados em minha cidade (Salvador-BA)/espetáculos/bailarinos/workshops/cursos e etc. Tudo isso você encontra no "Expressão da minha alma", que reúne em um único espaço "de tudo um pouco" sobre o mundo da dança.

Criado em fevereiro de 2012 o blog "Expressão da minha alma" é uma página que criei com o objetivo de compartilhar diversos assuntos relacionados ao mundo da dança, em sua maioria, questionamentos levantados por mim mesma ao decorrer da minha carreira de bailarina. Esse espaço é destinado principalmente a outros bailarinos, que assim como eu gostam de se manter sempre atualizados. Nós bailarinos vivemos em constante aprendizado e foi justamente com essa linha de pensamento que tomei a iniciativa de criar esse blog, afinal, ao publicar algo também estarei aprendendo cada vez mais sobre essa arte, pois antes faço uma breve pesquisa (quando necessário) para postar artigos de conteúdo, com isso, também estarei aprendendo cada vez mais sobre essa arte.

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